domingo, 28 de junho de 2015

A mãe desnecessária – por Márcia Neder 

A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo. Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase, e ela sempre me soou estranha. Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha hercúlea, confesso. Quando começo a esmorecer na luta para controlar a super-mãe que todas temos dentro de nós, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara. Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária.
Antes que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explico o que significa isso.
Ser “desnecessária” é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também.
A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical. A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho. Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não para de se transformar ao longo da vida. Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo. O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis. Pai e mãe – solidários – criam filhos para serem livres.
Esse é o maior desafio e a principal missão. Ao aprendermos a ser “desnecessários”, nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar.
Nota da página: Embora esse texto apareça na internet com diversas autorias, a autoria mais provável é da jornalista Márcia Neder.
Fonte: contioutra.com

terça-feira, 23 de junho de 2015


A DOR DO ABANDONO”
Era uma manhã de sol quente e céu azul, quando o caixão contendo um corpo sem vida foi baixado à sepultura. De quem se trata? Quase ninguém sabe. Poucas pessoas acompanham o féretro. Ninguém chora. Ninguém sentirá a falta dela. Ninguém para dizer adeus ou até breve.
Depois que o corpo desocupou o quarto do asilo, onde aquela mulher passou boa parte da sua vida, a responsável pela limpeza encontrou em uma gaveta ao lado da cama, umas anotações. Um diário sobre a dor... Sobre a dor que ela sentiu por ter sido abandonada pela família num lar para idosos... Talvez o sofrimento fosse muito maior, mas as palavras só permitem extravasar uma parte desse sentimento, gravado em algumas frases:
Onde andarão meus filhos? Aquelas crianças sorridentes que embalei em meu colo, alimentei com meu leite, cuidei com tanto desvelo, onde estarão? Estarão tão ocupadas? Talvez, que não possam me visitar, ao menos para dizer olá, mamãe? Ah! Se eles soubessem como é triste sentir a dor do abandono... A mais deprimente solidão... Se ao menos eu pudesse andar...
Mas dependo das mãos generosas dessas moças que me levam todos os dias para tomar sol no jardim... Jardim que já conheço como a palma da minha mão.
Os anos passam e meus filhos não entram por aquela porta, de braços abertos, para me envolver com carinho...
Os dias passam... E com eles a esperança se vai... No começo, a esperança me alimentava, ou eu a alimentava, não sei... Mas, agora... Como esquecer que fui esquecida? Como engolir esse nó que teima em ficar em minha garganta, dia após dia?
Todas as lágrimas que chorei não foram suficientes para desfaze-lo. Sinto que o crepúsculo desta existência se aproxima... Queria saber dos meus filhos... Dos meus netos... Será que ao menos se lembram de mim? A esperança, agora, parece estar atrelada aos minutos... Que a arrastam sem misericórdia... para longe de mim.
Às vezes, em sonhos, vejo um lindo jardim... É um jardim diferente, que transcende os muros deste albergue e se abre em caminhos floridos que levam a outra realidade, onde braços afetuosos me esperam com amor e alegria... Mas, quando eu acordo, é a minha realidade que eu vejo... Que eu vivo... Que eu sinto... Um dia alguém me disse que a vida não se acaba num túmulo escuro e silencioso... Que a vida continua após a morte, de uma outra forma... Mas com certeza a minha matéria, a minha mente, o meu eu dessa vida que vivo agora, com o nome que tenho... Nunca mais existirá! E quando a morte chegar, só restará a saudade que com o passar do tempo se ameniza... (se é que alguém vai sentir saudade de mim, já que não sentem enquanto ainda estou viva neste asilo)
Sinto que a minha hora está chegando. Depois que eu partir, gostaria que alguém encontrasse essas minhas anotações e as divulgasse. E que elas pudessem tocar os corações dos filhos que internam seus pais em asilos, e jamais os visitam... Que eles possam saber um pouco sobre a dor de alguém que sente o que é ser abandonado... Pensai que a cada pai e a cada mãe Deus perguntará: "- O que fizestes do filho confiado a vossa guarda?" e aos filhos: "- O que fizestes aos vossos pais?".(DESCONHEÇO A AUTORIA)

quinta-feira, 18 de junho de 2015

O trem da vida

Quando sua vida começa, você tem apenas uma mala pequenina na mão... A medida em que os anos vão passando, a bagagem vai aumentando. Porque existem muitas coisas que você recolhe pelo caminho... Porque pensa que não é importante.

A um determinado ponto do caminho começa a ficar insuportável carregar tantas coisas. Pesa demais... Então você pode escolher: Ficar sentado à beira do caminho, esperando que alguém o ajude, o que é difícil. Pois todos que passarem por ali já terão sua própria bagagem. Ou você pode aliviar o peso, esvaziando a mala. Mas o que tirar?

Você começa tirando tudo para fora, e vendo o que tem dentro... Amizade... Nossa! Tem bastante, e curioso... Não pesa nada! Mas tem algo pesado... Você faz força para tirar... É a raiva, como ela pesa. Ai você começa a tirar, tirar, e aparecem à incompreensão, o medo, o pessimismo...

Nesse momento, o desânimo quase te leva para dentro da mala... Mas você puxa-o para fora com toda a força, e aparece um sorriso, que estava sufocada no fundo de sua bagagem... Pula para fora outro sorriso e mais outro, e ai sai a felicidade...

Você coloca as mãos dentro da mala de novo e tira pra fora a tristeza... Agora, você vai ter que procurar a paciência dentro da mala, pois você vai precisar bastante... Procure então o resto: Força, esperança, coragem, entusiasmo, equilíbrio, responsabilidade, tolerância, bem humor...

Tira a preocupação também, e deixa de lado. Depois você pensa o que fazer com ela... Bem, sua bagagem está pronta para ser arrumada de novo! Mas pensa bem o que você vai colocar lá dentro! Agora é com você... E não se esqueça de fazer isso mais vezes... Pois o caminho é muito, muito longo.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Bom dia ao namorado

Bom dia, meu amor!
Mais um dia vai começar, repleto de luz, com um sol espargindo luz sobre todas as coisas e sobre você em especial, para que continue sendo a luz da minha vida com seu amor e sua presença tão forte.
Afinal, este é o despertar da pessoa que eu amo e, portanto, é motivo para meu sorriso, para que eu sinta a vida maior e mais grandiosa, e assim possa curtir a delícia que é estar com você.
Às vezes sinto que até o próprio dia, assim como eu, espera-lhe acordar para ser mais autêntico, para ser mais dia e eu para que possa ser mais e mais feliz.
A cada dia que se soma ao tempo deste nosso relacionamento, sinto como se tudo fosse apenas a concretização de todos os meus sonhos, a possibilidade de se realizar uma nova jornada que tem um sabor especial, só porque está sendo vivida e realizada junto a você.
Gostaria de estar sempre bem pertinho de você como estou agora, acompanhada com esse seu despertar tão especial e assim poder estar com você em todos os alvoreceres de todos os novos dias de nossa existência para lhe cobrir de abraços e beijos.
Bom dia, meu amor, hoje, amanhã e sempre. E que Deus nos conserve juntos nos amando cada vez mais.(desc)